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7° capítulo A Viagem a São Salvador

Manuel não tinha a menor noção de como chegar a Salvador da Bahia. E não escondeu isso de seus moços. João, o mais safo deles, foi logo dizendo que não tinha importância porque “todos os caminhos levavam a Santiago”, numa clara alusão a Compostela e numa demonstração de fé. Foram andando andando e andando. Numa encruzilhada encontraram um Ancião sentado nas escadas do Cruzeiro. “Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo”, falaram em uníssimo os moços em saudação. “Louvado seja”, respondeu o velho homem. “Vossa Mercê, poderia nos indicar o caminho para São Salvador?” “Com muito gosto”, respondeu o senhor de barbas brancas como a neve, completando “É só seguir o caminho que o sol se põe”. “ Perto daqui tem uma Parada que o dono é meu conhecido, peça a eles umas mulas para continuarem o caminho, em meu nome, e ele as fornecerá”. “ Senhor, como é seu nome”, perguntou Manuel. “É Cristóvão”. E apoiado em seu cajado, com certa dificuldade, o ancião levantou-se. Diante...

6° capítulo O Refúgio na Casa Abandonada & A solução dos problemas

  Manuel Leite acordou assustado. “Onde estou? ” “De quem é essa casa? ” “Como eu vim parar aqui? ” “Onde estão minhas armas? ” Olhou para si e constatou que estava em frangalhos, ferido, imundo como nunca, maltrapilho. Fedia mais do que nunca. Não se lembrava de nada. Estava sofrendo do que hoje se conhece como “A amnésia dissociativa é uma incapacidade de recuperar informação pessoal importante, geralmente de natureza stressante ou traumática, a qual é muito generalizada para que possa considerar-se como um esquecimento individual. A perda de memória inclui, de um modo geral, informação que faz parte do conhecimento consciente habitual ou memória «autobiográfica» (quem é, o que fez, onde foi, com quem falou, o que disse, pensou e sentiu, etc.). As pessoas com uma amnésia dissociativa têm, habitualmente, uma ou mais lacunas de memória que se estendem de poucos minutos a algumas horas ou dias”. Levantou-se vagarosamente e chegou no buraco onde um dia teve uma po...

5° capitulo Até que um dia...

Jacob Willekens, Almirante da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, auxiliado pelo Vice-Almirante Piet Hein, com uma Frota de 26 navios e 3300 homens, tomou São Salvador da Bahia, na Baia de Todos os Santos, no dia 9 de maio de 1624. “Na ocasião o Governador Geral, Diogo de Mendonça Furtado, foi capturado e com a família enviado para a Holanda, o governo passou para as mãos de Johan van Dorth”. “A resistência reorganizou-se a partir do Arraial do Rio Vermelho, contendo os invasores no perímetro urbano de Salvador”. Como resposta Filipe IV& III, Rei de Espanha, Portugal, Nápoles, Sicília e Sardenha, Duque de Milão, Soberano dos Países Baixos (províncias de Artois, Hainaut, parte de Flandes (Lille, Douai, Orchies, e outras localidades) e Conde da Borgonha, enviou a Dom Fadrique Álvarez de Toledo y Osorio, Marqués de Villanueva de Valdueza, , Capitán general de la Armada del Mar Océano y de la Gente de Guerra del Reino de Portugal, General del Reino de Portugal y Capitán ...

4° capitulo A Doação de uma Sesmaria.

Dom Álvaro da Costa c. 1470 Pais: Martim Rodrigues de Lemos * c. 1440 e Isabel Gonçalves da Costa * c. 1450 Casamentos: c. 1500 Beatriz de Paiva * c. 1475 Filhos: Dom Gil Eanes da Costa * c. 1500 casou com Maria do Outeiro Dona Joana da Silva Dom Duarte da Costa, 2º governador do Brasil * c. 1505 casou com Maria da Silva Dom Manuel da Costa Dona Isabel de Paiva * c. 1495 casou com Manuel de Sousa, alcaide-mor de Arronches Dona Ana da Costa * c. 1510 casou com Dom Fernando de Noronha Notas biográficas: "Criado e feitor del-Rei D. Manuel que lhe deu o Dom" Camareiro, Armador-mór e Vedor da Fazenda da rainha D. Leonor Notas: São muitas e variadas as opiniões dos linhagistas a respeito da ascendência de Dom Álvaro da Costa. O mais seguido, segundo NFP, é que Dom Álvaro da Costa era sobrinho do cardeal de Alpedrinha, Dom Jorge da Costa, sendo filho de uma irmã deste, chamada Senhorinha da Costa. Mas NFP não apresenta nenhuma irmã do cardeal cham...

3° capitulo : Escravo+ Cana = BRASIL

Os Escravos e Cana e andavam juntos, em simbiose, pois sem um não existira o outro. Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região do atual município de Salvador foram expulsos para o interior do continente por povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis, os tupinambás, que habitavam desde a margem direita do Rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. As diversas tribos que compunham a nação tupinambá lutavam constantemente entre si, movidas por um intenso desejo de vingança que resultava sempre em guerras sangrentas em que os prisioneiros eram capturados para serem devorados em rituais antropofágicos Em 1510, perto do bairro de Rio Vermelho, ocorreu o naufrágio do um navio francês onde estava Diogo Álvares, Fidalgo da Casa Real, que ao matar uma ave com um tiro de mosquete recebeu por parte dos índios a alcunha de Caramuru, ou seja, “filho do trovão”, que ...

2° capítulo Dom Manuel, o Venturoso

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Manuel I, cognominado O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, primeiro rei a assumir o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia, reinou de 25 de outubro de 1495 até sua morte em Lisboa no dia 13 de dezembro de 1521, portanto 26 anos 1 mês e 18 dias. Ora, o Brasil foi descoberto em 1500, mas Sua Alteza não deu a menor importância a descoberta do Capitão-mor Pedro Alvares Cabral por 21 anos, até porque existe em um Provérbio Português que diz “ quem é rei não volta atrás”, e o senhor Dom Manuel não podia voltar atrás em relação ao nosso descobridor já que escolheu o Partido de Vasco da Gama, em detrimento ao Partido de Cabral, ficando assim para ele muito difícil reconhecer que a Terra de Santa Cruz era na realidade a joia mais preciosa de sua Coroa. Dona Maria de Aragão e Castela ou María de Trastâmara y Trastâmara, Infanta de Aragón y Castilla, casou com D...

1° capítulo Cabral, o de Pouca Sorte

Em 22 de abril de 1500, a frota de dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimento, com 1.500 homens a bordo, comandada por Pedro Álvares Cabral, Capitão-mor de expedição portuguesa a caminho das Índias, chegou ao território onde hoje se localiza o Brasil, mas precisamente ao litoral sul da Bahia. Isso qualquer criança brasileira sabe que ele descobriu o Brasil, mas saber quem era esse Cabral muito pouca gente sabe. Não se conhecem as verdadeiras origens da família Cabral, embora seja muito plausível que constitua um ramo da antiga linhagem dos «de Baião». Quanto ao apelido adoptado, é verosímil que seja derivado de alcunha, nascida das armas usadas. É possível traçar-se documentalmente desta família a partir de Dom Gil Cabral, Bispo da Guarda, por seu filho Álvaro Gil Cabral (* c. 1335 - † 13850, 1º senhor de Azurara, Alcaide-mor da Guarda (22.7.1383.) Foi Álvaro Gil um antepassado de Pedro Álvares Cabral, o navegador e descobridor do Brasil. São suas armas: de prat...